Após o trabalho
já desenvolvido no âmbito desta ação de formação, deixo aqui o meu testemunho
relativamente à proposta de trabalho desta semana: “Com base nas leituras realizadas, nas pesquisas efetuadas e
nas conclusões decorrentes do debate realizado na sala de aula virtual, elabore
no seu e-portefólio um pequeno texto síntese relativo ao tema em questão”.
Leituras, várias leituras...
De acordo com a
opinião dos vários autores, podemos concluir que a ESCOLA TEM DE MUDAR. A
escola que temos, “fruto da invenção da Revolução Industrial” está longe de ser
“a escola que queremos, flexível… outra gramática…que deve ver e praticar o
currículo de modo diferente…” Serão então necessárias “metamorfoses” na
política organizacional das escolas para se “introduzir inovação na organização
e no desenvolvimento curricular focando a atenção no aluno e nas aprendizagens
essenciais”.
As práticas de
ensino, deverão focar-se no “desenvolvimento humano” e o currículo deverá ser “encarado
como uma ferramenta para promover o sucesso… através de compromissos de
transdisciplinaridade, participação e reforço de autonomia e responsabilidade
pessoal e coletiva”. COMO SERÁ ENTÃO POSSÍVEL ENCARAR ESTA MUDANÇA? Segundo os
mesmos autores, a escola tem de romper com o “modelo baseado na separação das
disciplinas” devendo o novo currículo proporcionar aos alunos “oportunidades
educativas multíplas, adequadas a cada contexto”.
Estas mudanças,
tão necessárias, serão “… um desafio às
lideranças escolares, de topo e intermédias, para gerir os tempos e os
espaços onde trabalham alunos e professores…”. Este grande desafio, que
potenciará “novos ambientes educativos” assentará nos seguintes pressupostos:
flexibilidade nos modos de agrupar os alunos, formas mais colaborativas do trabalho
do professor, trabalho com equipas pedagógicas, novo perfil do aluno à saída da
escolaridade obrigatória, escola mais focada na cidadania, autonomia e
flexibilidade dos currículos com base em aprendizagens essenciais,
diferenciação pedagógica, avaliação formativa que tenha em conta o processo de
cada aluno, trabalho colaborativo de todos os envolvidos, metodologias de
trabalho de projeto. Segundo o professor João Costa, um conjunto de 10 medidas
estão a ser implementadas para a promoção deste sucesso escolar.
Sala
de Aula Virtual
De acordo com análise por mim
elaborada, decorrente das opiniões manifestadas na Sala de Aula Virtual 1, podemos constatar que os professores são
unânimes em considerar que a mudança no ensino é necessária e que as novas políticas
educativas pretendem favorecer as aprendizagens dos alunos, no entanto, deparam-se
com alguns problemas que condicionam a sua implementação: alguns professores
ainda têm “receio de mudar a sua estrutura de aula”, “outros continuam muito ligados à tomada de decisões em
departamento que acabam por cortar a autonomia de outros”; no geral, os alunos
apresentam dificuldade de trabalhar em grupo, falta de autonomia e não cumprem
as regras básicas de saber estar dentro de uma sala de aula; dificuldades “em
articular todos os conteúdos das disciplinas envolvidas no Domínio de Autonomia
Curricular (D.A.C)”; os currículos são “demasiado extensos”; continuamos a assistir
ao “conceito de separação e hierarquização do conhecimento e resistência à
mudança”; os professores ainda continuam “presos ao modelo tradicional e às
suas práticas de avaliação”; falta de tempo para trabalhar em conjunto; “alguma
desmotivação e até descrença no projeto”; a avaliação continua a ser “a maior
problemática” estando os “professores ainda presos a conceções e práticas de
avaliação seletiva”.
Muitas das ações que os
professores têm levado a cabo ao longo da sua prática letiva, enquadram-se perfeitamente nas
ideias presentes no novo conceito de escola. Ações como, a utilização de
estratégias que tenham em conta a diversidade dos alunos e as suas vivências,
o respeito pelos seus ritmos diferentes de aprendizagem, a necessidade de
diversificar estratégias tornando-as mais atrativas e motivadoras.
Ao longo dos
anos, já assisti a algumas mudanças, não só na(s) disciplina(s) que leciono
(hoje duas disciplinas, Educação Visual e Educação Tecnológica), como também no
ensino em geral. Penso que sempre se inovou na escola, no entanto, o programa
de hoje fornecerá maior suporte legal para que as escolas possam gerir os seus
recursos, o seu tempo, implementando a diferenciação pedagógica que defende,
lançando às mesmas “desafios relacionados com a gestão curricular… gestão
pedagógica das atividades…com a avaliação”.
Vamos tentando
fazer o melhor com os recursos e tempo de que dispomos, procurando como refere
a professora Ana Cosme, transformar as turmas “numa comunidade de aprendizagem para
aprenderem uns com os outros, aproveitando as diferenças”.